No último ano, aumentou em mais de 4% o índice de inadimplentes no Brasil, comparado com o ano de 2017 — número que representa cerca de 62,6 milhões de consumidores inadimplentes. Sendo que esta foi a maior elevação desde 2012, quando a inadimplência alcançou o patamar de 6,8%, segundo dados do Indicador de Inadimplência da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
O volume de dívidas em nome de pessoas físicas apresentou elevação de 2,75% em 2018, sendo que em 2017, esse indicador estava em torno de 2,70%. Os gastos com serviços essenciais, como água e luz, foram os itens que apresentaram maior crescimento no número de inadimplências no período, com um avanço de 14,88%.
Em segundo lugar estão as dívidas bancárias (cartão de crédito, cheque especial, financiamentos e empréstimos), com crescimento de 6,81% na comparação anual. As dívidas contraídas no comércio e com boletos de telefonia, TV por assinatura e internet caíram 5,09% e 0,37%, respectivamente.
A maior frequência de negativados está entre os 30 e 39 anos. Em dezembro, mais da metade da população nesta faixa etária (52%) tinha o nome inscrito em alguma lista de devedores, totalizando 17,8 milhões. Os inadimplentes entre 40 e 49 anos representam 50% e aqueles com 25 a 29 anos, cerca de 44%. Entre os mais jovens, com idade de 18 a 24 anos, a proporção cai para 17% — em número absoluto, 4,1 milhões. Na população idosa, considerando-se a faixa etária entre 65 a 84 anos, a proporção é de 32%.
Saiba como calcular o índice de inadimplência das vendas fiado em sua loja
É muito comum lojistas assumirem compromissos de pagamento com fornecedores ou mesmo fazer investimentos com base nas receitas futuras da empresa. Se essa prática é comum na sua empresa, avalie os impactos que a inadimplência pode causar no faturamento do seu negócio.
Não haverá fluxo de caixa na loja para cobrir o prejuízo gerado pelas dívidas não pagas que foram contraídas com base em uma avaliação de risco equivocada. Portanto, entre as inúmeras preocupações que fazem parte do cotidiano de um lojista, monitorar a inadimplência deve ser prioridade máxima. É fundamental ter um termômetro confiável para saber até que ponto os recebimentos em atraso estão impactando o seu caixa.
O índice de inadimplência cumpre exatamente esta função. Seu acompanhamento pode ser feito a cada semana ou até mesmo diariamente, mas é importante que você tenha um fechamento mensal para poder comparar a evolução desse indicador.
Com o passar do tempo você terá uma série histórica, com dados que servirão para embasar decisões cruciais sobre investimentos e concessão de crédito.
Abaixo veja uma fórmula simples para calcular inadimplência:
- Fórmula: Valor vencido das vendas a prazo / Valor total das vendas a prazo.
- Exemplo: Valor Vencido: R$ 500,00 / Valor total das vendas a prazo: R$ 5.000,00 = (500/5000 = 0,1 X 100 = 10%)
*Importante: o lojista não deve considerar os recebimentos a vista e de cartão, somente as vendas no crediário.
Como vender fiado com segurança?
Dica 1: Venda fiado somente para clientes confiáveis
Vender fiado demanda uma relação de confiança entre o empreendedor e o consumidor. Esse laço não pode se estabelecer de uma hora para outra e, por isso, não é recomendável fazer negócios fiados com qualquer um. Os comércios, geralmente, têm sua clientela já fidelizada, formada principalmente pelos consumidores que moram nos arredores do comércio. A venda fiada deve ficar restrita a esses clientes.
Dica 2: Exija a documentação do consumidor
É importante ter em mãos os principais dados do cliente que pretende comprar fiado. Manter a identidade do consumidor registrada é essencial para realizar o controle e saber o histórico de quem está solicitando à venda. Solicite a cópia da identidade e do Cadastro de Pessoa Física (CPF), mantendo os dados mais importantes registrados em sistema.
Essas informações possibilitam uma futura cobrança, caso seja necessário notificar o comprador. Pedir informações de contato e o endereço do cliente também é importante. A obrigação de transferir esses dados ao lojista já inibe a inadimplência.
Dica 3: Adote a tecnologia para facilitar registros e cobranças
Muitos empreendedores ainda apostam em métodos analógicos, registrando cada inadimplente na ponta do lápis, com a ajuda do conhecido “caderno de cobranças”. No entanto, as novas opções de tecnologias disponíveis aos gestores podem (e devem!) ser utilizadas a favor do negócio.
É fundamental que os dados de cada cliente sejam registrado em em um sistema digital, podendo ser feito com facilidade em um sistema específico que registre todos os itens adquiridos e os valores correspondentes de cada compra, gerando inclusive uma nota promissória que te dará apoio no momento da cobrança.
O sistema ainda o ajudará a calcular periodicamente a dívida do cliente e não deixar de realizar a notificação de cobrança, caso seja necessário.
Dica 4: Realize as cobranças de forma efetiva
Cobrar uma dívida não é uma atividade prazerosa, mas é extremamente necessária. As contas precisam fechar e as vendas fiadas precisam ser pagas pelos inadimplentes ou o caixa da empresa pode ficar no negativo.
Sendo assim, busque maneiras eficientes de notificar os devedores, evitando causar mal-estar. Além disso, aposte em medidas eficientes que não demandem muito tempo ou gasto. Que tal apostar, por exemplo, em uma notificação por SMS, WhatsApp ou E-mail?
Como evitar vender fiado?
Ofereça novas condições de pagamento
Se o cliente não tem dinheiro na hora da compra ou pretende parcelar, você pode disponibilizar o pagamento por meio de cartões de crédito ou débito. Apesar das taxas a cada transação, os riscos de inadimplência saem da responsabilidade do gestor. O boleto bancário é outra opção de pagamento popular entre os brasileiros que pode ser oferecida como meio de pagamento alternativo.
Sugira outra data para a compra
Sugerir uma nova data para a compra se torna uma boa opção para reduzir os índices de inadimplência. A equipe pode conversar com o cliente e saber quando ele terá dinheiro para efetuar o pagamento e então realizar o envio do produto até a data acordada.
Utilize avisos que digam não à venda fiada
Para evitar vender fiado, use e abuse dos avisos, vale até o clássico “não vendemos fiado!”, mas a depender do perfil do seu negócio podem ser colocados até mesmo anúncios divertidos. Vale também frisar que seu estabelecimento aceita cartão e parcelamento, fazendo o consumidor reconsiderar a decisão de pedir pela venda fiada.
Vender fiado deve sempre ser evitado em seu negócio, a fim de manter as finanças em dia e a boa relação com seus compradores. Caso você veja a prática como necessária para manter as operações da sua loja, o melhor é torná-la o mais segura possível.
O benefício de parar de vez com o fiado
Tendo em vista tudo o que analisamos até aqui, podemos concluir que o maior benefício de acabar com o fiado é que isso contribui para a saúde financeira da sua loja. Ter um bom controle financeiro, um bom fluxo de caixa, um bom controle de estoque e estar dentro das obrigações fiscais devem ser suas prioridades. E quando estes controles estão indo bem, sua empresa está no caminho certo.
Portanto, considere acabar de vez com o fiado no seu negócio e com o tempo comece a sentir as vantagens e benefícios dessa mudança. Se para o seu negócio, essa prática amplia as oportunidades, considere contratar um sistema de gestão comercial que permita que você venda fiado com mais segurança, transformando as perdas em lucros.
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